sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Contrarreforma e os conflitos religiosos



O Concílio de Trento (1545-1563)

O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecuménico. É considerado um dos três concílios fundamentais na Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade da  e a disciplina eclesiástica, no contexto da Reforma da Igreja Católica e a reação à divisão então vivida na Europadevido à Reforma Protestante, razão pela qual é denominado também de Concílio daContra-Reforma.
Concílio de Trento foi o concílio ecuménico mais longo da História da Igreja Católica. Foi também o concílio que "emitiu o maior número de decretos dogmáticos e reformas, e produziu os resultados mais benéficos", duradouros e profundos "sobre a fé e a disciplina da Igreja". 
Para opôr-se ao protestantismo, o concílio emitiu numerosos decretos disciplinares e especificou claramente as doutrinas católicas quanto à salvação, os sete sacramentos(como por exemplo, confirmou a presença de Cristo na Eucaristia), o cânone bíblico(reafirmou como autêntica a Vulgata) e a Tradição, a doutrina da graça e do pecado original, a justificação, a liturgia e o valor e importância da Missa (unificou o ritual da missa de rito romano, abolindo as variações locais, instituindo a chamada "Missa Tridentina"), o celibato clerical, a hierarquia católica, o culto dos santos, das relíquiase das imagens, as indulgências e a natureza da Igreja. Regulou ainda as obrigações dos bispos.
Foram criados seminários nas dioceses como centros de formação sacerdotal e confirmou-se a superioridade do Papa sobre qualquer concílio ecuménico. Foi instituído o "Index Librorum Prohibitorum", um novo Breviário (o Breviário Romano) e um novo Catecismo (o Catecismo Romano). Foi reorganizada também a Inquisição.

Celebrou-se em três períodos:
§  1º Período (1545-48 — Celebraram-se 10 sessões, promulgando-se os decretos sobre a Sagrada Escritura e Tradição, o pecado original, a justificação e os sete sacramentos em geral e vários decretos de reforma disciplinar;
§  2º Período (1551-52) — Celebraram-se 6 sessões, continuando a promulgar-se, simultaneamente, decretos de reforma e doutrinais ainda sobre sacramentos, particularmente sobre a eucaristia (nomeadamente sobre a questão da transubstanciação), a penitência, e aextrema-unção. A guerra entre Carlos V e os príncipes protestantes constituiu um perigo para os padres conciliares de Trento;
§  3º Período (1562-63) — Convocado pelo Papa Pio IV, foi presidido pelos legados cardeais Ercole Gonzaga, Seripando, Osio, Simonetta e Sittico. Estiveram ainda no concílio os cardeais Cristoforo Madruzzo, bispo de Trento e Carlos Guise. O Papa enviou os núncios Commendone e Delfino aos príncipes protestantes do império reunidos em Naumburgo, e Martinengo à Inglaterra para convidar os protestantes a virem ao concílio. Neste período realizaram-se 9 sessões, em que se promulgaram importantes decretos doutrinais, mas sobretudo decretos eficazes para a reforma da Igreja. Assinaram as suas actas 217 padres oriundos de 15 nações.
Os decretos tridentinos e os diplomas emanados do concílio, foram as principais fontes do direito eclesiástico durante os 4 séculos seguintes até à promulgação do Código de Direito Canónico em 1917.

A Contrarrefoma e o Barroco
A partir da metade do século XVI, a determinação da Igreja Católica de reconquistar fiéis e evitar novas perdas teve repercursões na arquitetura e decoração das Igrejas. O púpito de pregação deveria ganhar destaque para que os participantes das missas pudessem acompanhar melhor os sermões. A decoração das igrejas deveria ser muito envolvente com imagens e pinturas que arrebatessem a atenção dos fiéis. A Igreja queria mobilizar o sentido e a emoção dos católicos, para mantê-los mais próximos. Essas orientações atingiram sua melhor forma de expressão com um estilo artístico chamado barroco.

O Anglicanismo
A Igreja da Inglaterra (em inglêsChurch of England), também denominada Igreja Anglicana, é a Igreja cristã estabelecida oficialmente na Inglaterra e é a matriz principal da atual Comunhão Anglicana ligada à Sé de Canterbury, Inglaterra, bem como é membro-fundador da Comunhão de Porvoo. Fora da Inglaterra, a Igreja Anglicana é geralmente denominada deIgreja Episcopal, principalmente nos Estados Unidos da América e países da América Latina.
Igreja da Inglaterra compreende-se como católica e reformada:
  • Católica, na medida em que se define como uma parte da Igreja Católica de Jesus Cristo, em perfeita e válida continuidade com a Igreja apostólica.
  • Reformada, na medida em que ela foi moldada por alguns dos princípios doutrinários e institucionais da Reforma Protestante do século XVI. O seu caráter mais Reformado encontra-se na expressão dos Trinta e Nove Artigos de Religião, elaborado em 1563como parte do estabelecimento da via média de religião sob a rainha Elisabeth I da Inglaterra. Os costumes e a liturgia da Igreja da Inglaterra, expresso no Livro de Oração Comum (em inglês,The Book of Common Prayer - BCP), são baseados em tradições da pré-Reforma, com influência dos princípios da Reforma litúrgica e doutrinária de inspiração protestante.
    Porém, compreende-se também como Protestante, na medida em que não está subordinada ao Vaticano nem ao papa.

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